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Especialista: Atacar Kursk é uma aposta de alto risco para a Ucrânia

2024-08-23

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De acordo com uma reportagem do site do canal German News TV de 19 de agosto, o repórter entrevistado o especialista militar austríaco Coronel Marcus Reisner disse: “O ataque a Kursk é uma aposta de alto risco para a Ucrânia”.

O site da German Press TV pergunta: A Ucrânia continua a controlar uma área considerável da região russa de Kursk. Será mesmo possível que as forças ucranianas continuem a avançar?

Markus Reisner: A Ucrânia tem cerca de 6.000 militares operando em solo russo. O Estado-Maior do Exército Ucraniano afirmou que estes soldados ocuparam com sucesso cerca de 80 aldeias e cidades e controlaram aproximadamente 1.000 quilómetros quadrados de terra. A Ucrânia está actualmente a tentar manter as áreas que capturou e expandir algumas das suas áreas ocupadas. O exército ucraniano está a passar da ofensiva para a defensiva, em preparação para um possível contra-ataque russo.

P: Como você chegou a essa conclusão?

Resposta: O rio Sheim passa pela área de avanço do exército ucraniano. Há evidências de que a Ucrânia destruiu duas pontes e danificou outra. Por que fazer isso? Primeiro, porque o rio poderia servir como linha de defesa contra ataques russos. Em segundo lugar, porque a Ucrânia poderia procurar ocupar mais território ao longo do rio Sheim. Além disso, o exército ucraniano está a trabalhar para manter abertas as linhas de abastecimento. Um desafio é que os ucranianos não têm praticamente nenhum equipamento de engenharia pesada disponível para se prepararem para um contra-ataque russo. Devido aos constantes ataques aéreos, os ucranianos não conseguiram construir fortificações verdadeiramente fortes. Mas isto determinará se a Ucrânia conseguirá manter esta área por um longo período de tempo.

P: Os ucranianos estão a preparar-se, mas o contra-ataque ainda não começou. Por que foi tão difícil para a Rússia lançar um contra-ataque em Kursk?

R: A Rússia inicialmente não enviou quase nenhuma tropa para a região. O 488º Regimento de Infantaria Motorizada é composto principalmente por recrutas. Os ucranianos derrotaram estas forças com a lei da surpresa e do engano. Se o exército ucraniano tem 5.000 a 6.000 pessoas, então a Rússia precisa de pelo menos 20.000 a 25.000 pessoas para lançar um contra-ataque.

P: O exército russo também está usando tropas do Donbass para esse fim? Afinal, os ucranianos esperavam que o ataque a Kursk aliviasse a pressão sobre o Donbass.

R: De uma perspectiva estratégica, este era o objectivo a médio prazo da Ucrânia. No curto prazo, esta é uma tentativa de mais uma vez criar manchetes positivas, desviar a atenção do avanço russo em Donbass e aumentar o moral das nossas próprias tropas. Obviamente isso funcionou. Mas não há sinais de que o objectivo a médio prazo de transferir tropas russas do Donbass para Kursk tenha sido alcançado. Não há resultados mensuráveis ​​nesta área.

P: Como isso é medido?

Resposta: A julgar pela situação de guerra no Donbass. O exército russo ainda está na ofensiva ali. O General Alexander Sersky da Ucrânia também mencionou recentemente dados a este respeito. Segundo ele, o exército russo avança cerca de 4,8 quilômetros no Donbass todos os dias. Até agora, os militares russos não transferiram quaisquer tropas dignas de menção de Donbass para Kursk.

P: Qual é o objetivo a longo prazo de atacar Kursk?

R: A Ucrânia quer melhorar a sua posição no campo de batalha antes de possíveis negociações com a Rússia. As próximas semanas e meses dirão se isso pode realmente ser feito. Por esta razão, a Ucrânia deve defender as áreas ocupadas durante um tempo relativamente longo. A este respeito, uma reportagem do Washington Post do fim de semana é interessante. Segundo relatos, a Rússia e a Ucrânia planeavam negociar sob a mediação do Qatar. Diz-se que a Rússia só cancelou as negociações depois que o exército ucraniano atacou Kursk.

P: Você acabou de mencionar que o exército russo ainda está avançando no Donbass. Alguma coisa mudou lá nos últimos dias?

Resposta: O exército russo ainda ataca principalmente em cinco direções no Donbass. O exército russo aproxima-se da terceira linha de defesa da Ucrânia com estas ofensivas. Podemos constatar que, apesar da ofensiva em Kursk, a situação geral ainda não é favorável para o lado ucraniano.

P: Isso significa que a ofensiva desvia a atenção da situação militar potencialmente catastrófica na Ucrânia?

Resposta: Absolutamente. Uma das razões para as conversações planeadas no Qatar é a situação energética em Kiev. Depois de mais de 900 dias de guerra e de ataques aéreos russos contra infra-estruturas críticas, a Ucrânia estima que apenas 9 gigawatts de electricidade estarão disponíveis para o próximo Inverno, em comparação com 18 gigawatts de procura de energia. O país enfrenta um inverno extremamente difícil.

P: E se eu não conseguir?

R: Atacar Kursk é uma aposta de alto risco para a Ucrânia. Deve agora manter três frentes com recursos escassos. Se a invasão de Kursk não tiver o efeito desejado, as reservas preciosas que poderiam ser utilizadas no Donbass, onde a Rússia continua o seu avanço, serão esgotadas. Nessa altura, a melhoria temporária do moral do exército ucraniano poderá tornar-se lenta.