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Fonte: Global Times

Artigo do New York Times de 24 de julho, título original: No campo da inteligência artificial, a China está diminuindo a distância com os Estados Unidos Na Conferência Mundial de Inteligência Artificial em Xangai este mês, Qu Dongqi, fundador de uma startup, mostrou um vídeo recente online: uma foto antiga de uma mulher conduzindo duas crianças. Então, a foto pareceu ganhar vida. A mulher segurou as duas crianças nos braços e as crianças sorriram surpresas. O vídeo foi produzido usando tecnologia de inteligência artificial (IA) da empresa chinesa de internet Kuaishou. Isso lembra o Sora, o gerador de vídeo lançado este ano pela startup norte-americana OpenAI. Mas, ao contrário do Sora, é aberto ao público. “Alguns dos meus amigos americanos ainda não conseguem usar o Sora e temos uma solução melhor aqui”, disse Qu.

Os Estados Unidos têm uma vantagem de ser pioneiros no desenvolvimento da IA, mas a China está a recuperar. Nas últimas semanas, várias empresas chinesas lançaram tecnologia de IA que rivaliza com os principais sistemas americanos. Estas tecnologias são utilizadas por muitos consumidores, empresas e ISVs em todo o mundo. Muitas empresas americanas estão preocupadas que a tecnologia de inteligência artificial acelere a propagação de informações falsas ou cause outros danos. As empresas chinesas estão mais dispostas a abrir as suas tecnologias aos consumidores e até mesmo a partilhar o código de software subjacente com outras empresas e criadores de software.

Esta forma de partilhar código informático, conhecida como código aberto, permite que outros construam e lancem os seus próprios produtos utilizando a mesma tecnologia mais rapidamente. A abertura sempre foi a pedra angular do desenvolvimento de software de computador, da Internet e agora da IA. A ideia por trás do código aberto é que a tecnologia avança mais rápido quando o código do computador é gratuito para qualquer pessoa inspecionar, usar e melhorar. À medida que a tecnologia de IA continua a desenvolver-se, a abordagem da China poderá ter um enorme impacto. Essa tecnologia pode melhorar a produtividade, impulsionar inovações futuras e muito mais.

Em 2022, a OpenAI lançou o robô de bate-papo online ChatGPT, desencadeando uma mania de IA. Naquela época, era difícil para a China competir com empresas americanas como a OpenAI. Mas o progresso das empresas chinesas está a acelerar. Mais de uma dúzia de especialistas e investigadores de empresas tecnológicas chinesas afirmaram que a tecnologia de código aberto é a principal razão pela qual a IA da China está a desenvolver-se tão rapidamente e que a IA de código aberto é uma oportunidade para a China ganhar uma posição de liderança. Não é fácil. Os Estados Unidos continuam na vanguarda da investigação em IA. A Casa Branca tem procurado impedir que as empresas chinesas utilizem os chips mais poderosos, essenciais para a construção da IA, enquanto outras têm procurado limitar o desenvolvimento de tecnologia de código aberto. Muitos na indústria tecnológica da China acreditam que, apesar das restrições, a China poderá obter uma vantagem significativa se os reguladores dos EUA reprimirem o progresso dos projetos de código aberto dos EUA. Se a melhor tecnologia de código aberto vier da China, os desenvolvedores americanos poderão acabar construindo seus sistemas com tecnologia chinesa. Clement De Lange, CEO da Hugging Face, uma empresa de bibliotecas modelo de código aberto, disse que os Estados Unidos estabeleceram uma posição de liderança em IA por meio da cooperação entre empresas e pesquisadores, “e a China parece que pode fazer a mesma coisa”.

Alguns temem que a China tenha dificuldade em acumular os chips necessários para construir uma tecnologia cada vez mais poderosa. Mas isto não impede as empresas chinesas de desenvolverem novas tecnologias poderosas que possam competir com o sistema dos EUA. Os sistemas de IA requerem muitos recursos: talento, dados e poder computacional. Ao fornecer gratuitamente tecnologia de IA de última geração, os gigantes tecnológicos da China demonstraram a sua vontade de contribuir para o progresso tecnológico geral do país. Pequim diz que o poder e os lucros da indústria tecnológica devem ser usados ​​para atingir o objetivo da independência. (Autora Megan Tobin et al., traduzido por Qiao Heng)